quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Prato do dia

Não é de hoje que os bancos segmentam e classificam seus clientes. O que é óbvio uma vez que ninguém melhor que eles (os bancos) sabem quem lhes dá mais lucro, quem não vale a pena manter como cliente e quais eles não podem perder de jeito nenhum.

Os bancos também sabem que não basta segmentar os clientes, é preciso segmentar os serviços que são oferecidos a cada um dos grupos de correntistas e investidores. Em tese, quanto mais lucrativo o cliente, melhor o tratamento que ele recebe. Telefones exclusivos de atendimento, gerentes de contas e caixas diferenciados com pessoal melhor treinado.

No entanto, nem sempre isso funciona bem assim.

Minha prima é cliente daquele banco que não parecia banco e agora eu não sei se foi feito para ela. Ela está classificada entre aqueles de classe única, com caixas preferenciais para garantir a privacidade do cliente. Se o caixa preferencial garante a privacidade do cliente eu não posso garantir, mas ela descobriu que a privacidade do atendente é nenhuma.

Há pouco mais de um mês ela foi à agência do shopping que utiliza sempre e, enquanto a atendente processava suas contas, a profissional dita especial não saiu do telefone falando com o restaurante que lhe fornecia o almoço. O que ela ouviu foram todas as opções de cardápio e todas as dúvidas da atendente do banco a respeito do strogonoff.

Alguém pode alegar que a pobre moça estava com fome e ainda não tinha tido a chance de almoçar. O detalhe é que isso aconteceu às 10h da manhã.

Na semana passada, minha prima foi de novo à mesma agência. Não lembra se era exatamente a mesma caixa (pelo padrão deveria ser). A moça pegou as contas que estavam sendo pagas e ato contínuo passou a mão no telefone e começou a conversar com uma colega de trabalho a respeito do que elas iriam pedir de almoço. Devia ser sexta-feira pois o cardápio em questão dessa vez era peixe. Mais uma vez ficou-se sabendo de todas as preferências alimentares da mulher do caixa.

De novo, não passava muito das 10h.

Não sei exatamente que tipo de treinamento que esse pessoal recebe. Acredito que devam ser orientados a não conversar com os clientes (será para garantir a privacidade dos mesmos?) e, de preferência, não dar espaço para que os clientes também puxem papo sobre qualquer assunto, inclusive se for a respeito da sua conta.

De qualquer forma, minha prima já decidiu, na sua próxima visita à agência antes que a atendente do caixa pegue as contas para pagar, ela vai recomendar o prato do dia. Pelo que eu a conheço acho que a moça vai tomar sopa.

2 comentários:

Mariana disse...

Oi Fábio!
Recebo sempre seus e-mails com as atualizações do blog e resolvi entrar p/ conferir as novidades.
Como sempre, os temas mto pertinentes, sempre mto bem escolhidos!
Relacionamento com o consumidor é algo que as empresas penam mto para aprender. Escrevi sobre o relacionamento através do call center esta semana no meu blog. Se tiver um tempinho, dá um pulo lá.

Giuseppe disse...

Faça um bem para a humanidade, diga o nome deste banco.
Faça um bem para esta funcionária, permita que ela possa usufruir do Bolsa Família, diga o nome dela.