terça-feira, 31 de agosto de 2010

Quero ser chumbo

Não sei se por alguma comparação olímpica muitas empresas gostam de segmentar seus clientes em ouro, prata e bronze. Como alguns clientes ouro valem mais, viraram platina, os melhores platina, diamante (não me pergunte o que pode existir acima disso mas estou certo que ainda vão inventar).

Eu tenho comportamentos de compra diferentes de acordo com cada empresa. Em algumas sou ouro, em muitas devo ser terra batida.

Eu sou cliente do Citibank há quase 15 anos, abri a conta como funcionário, depois virei correntista comum até que, num determinado momento, eles me promoveram a Gold (por conta deles, é claro). Em tese, uma classe de clientes especiais, com direito a gerente de contas e outras frescuras como um talão de cheques dourado.

Eu nunca dei muita bola para essa classificação, nem nunca percebi nenhum privilégio relevante pelo fato deles me considerarem uma classe especial de clientes (diferente do meu cartão de crédito que, pelo menos, tem um 0800 diferente para aqueles que eles consideram clientes especiais). As únicas abordagens que me fazia o gerente de contas era para tentar me vender título de capitalização. No dia em que disse que nunca iria comprar isso, nunca mais me ligaram.

De qualquer forma, era um banco que não me dava dor de cabeça e, portanto, nunca pensei em trocar. Até hoje.

Como mudei de casa eu precisava mudar meu endereço no banco. Peguei um comprovante de residência do novo endereço e fui até a minha agência. Uma mocinha me atendeu educadamente, me perguntou o número da conta e um documento (para saber se eu era eu mesmo) e... descobriu que ela não tinha acesso aos clientes gold.

Nem ela, nem os gerente de conta da agência, nem a gerente geral da agência. Só os gerentes gold podem acessar essas contas e, pasmem, nenhum deles fica nas agências. Ela ligou para a minha gerente (que eu nem sabia quem era, pois muda a cada 3 meses) e me colocou na linha.

A gerente de conta então me explicou que ela precisava me conhecer para fazer a alteração. Ou seja, como cliente gold eu não poderia fazer uma alteração de cadastro dentro da agência do banco. Eu não quero conhecer ninguém, só quero que meus extratos sigam para a minha casa. Ela argumentou que existem normas de segurança para clientes gold (para os demais clientes a segurança é desnecessária?), sempre a culpa é dos processos...

Segunda feira vou ver se acho um banco que me aceite como cliente comum, daqueles que você pega fila, mas resolve os problemas quando vai à agência.

A gerente gold, vou convidá-la para um café aqui em casa, desde que traga o formulário para encerramento da conta.

4 comentários:

Vilma A. de Mello disse...

O meu banco dá estrelas, mas esses dias queria mudar de agência e gerente me disse que perderia a data de abertura da minha conta (Tem quase 20 anos) quem aceita cheques com menos de 01 ano? ainda não entendi direito essa história, ah eu prefiro pegar filas a falar com gerente, ele só está no celular, porque vive fazendo visitas...af

Volney Faustini disse...

Coragem Fábio para dar nomes aos bois - e cordialidade em não mencionar o nome da Gerente (sem trocadilhos, please).

Daqui a pouco teremos: "Por motivos de segurança, o senhor deve permanecer na Agencia, enquanto mandamos nossos detetives espionaram nos locais indicados pelo senhor, para ver se as coisas são de fato como o senhor alega ..."

Há coisas que aceitamos como cordeirinhos (pra continuar nas analogias zoologicas). Veja só a questão de aceitarmos passivamente (eles nem pedem, eles avisam) que a conversa telefônica será gravada!

jayme disse...

Meu conselho? Bradesco.

Taty disse...

Sempre tive conta no Banco Itaú, a da minha empresa ainda está lá. Há anos abri uma conta no Unibanco e adorava o banco e a minha agencia, pequena e sempre vazia. Dia 18 de outubro ela vira Itau 30 horas, vou ter um vidro me separando do atendente e estes serão obrigados a fazer vendas para atingir metas. Fico pensando nos pobres velhinhos e motoboys ouvindo sobre capitalização, fundos, etc...Acho que o sistema bancário no Brasil pra nós mortais, vai de mal a pior.