Animado com a excelente qualidade do Metrics Summit que assisti no final do ano passado fui passar o dia de hoje em mais um evento da Media Education, dessa vez sobre Social Media (#smsummit)
O impacto inicial foi dos melhores, o auditório da ESPM deve ser um pouco menor que o do shopping Frei Caneca (onde aconteceu o evento anterior) mas, pelo menos dessa vez, existia acesso livre à internet, o que permitiu acompanhar online, em tempo real, a reação do público que estava lá.
Através de uma observação genérica e aleatória identifiquei um perfil muito semelhante aos outros eventos digitais que já fui, ou seja, eu deveria ser o único sujeito com mais de 35 anos dentro do auditório (o Rogério Carpi não conta pois foi embora cedo)
Uma pena que a entrega do conteúdo não acompanhou a proposta e, nem de longe (nem de perto), teve a qualidade do Metrics.
O modelo de apresentações desestruturadas, mesas de debates sem ter alguém que fizesse uma apresentação formal do assunto, levou a uma coleção de achismos enorme. O termo que mais se ouvia era “na minha opinião...”
Pior, mesmo tendo temas pré-definidos, as mesas que assisti (resisti bravamente até metade da tarde – tenho certeza que depois vou ler que as melhores palestras foram as duas últimas que não assisti), sem exceção, fugiram do assunto. Tanto que o que o público mais gostou foi da apresentação solo do advogado: estruturada, focada no tema e, apesar dos detratores, com um PPT dando o roteiro da fala.
Apesar disso, se salvou a segunda mesa da tarde, mesmo fugindo do assunto, os participantes tinham mais conteúdo para entregar.
De social media mesmo, pouco se falou, a menos que você acredite que social media se resuma aos likes e shares do Facebook. O curioso é que todo mundo se apoiava no FB, mas todos os comentários do público aconteciam via Twitter.
Eu me queixei bastante das obviedades que ouvi mas, talvez, como bem me lembrou o Rogério, deve ser porque eu sou macaco velho do marketing e já tenha passado pelas mesmas discussões no mundo analógico (criação x planejamento... repercussão x resultado... )
Mas não desculpo as abobrinhas como ouvir que métrica acaba com a poesia da publicidade. A poesia de boa qualidade se encaixa nas mais rigorosas métricas (alexandrinos, redondilhas maiores e menores, sem contar as métricas que consideravam além das sílabas, as sua tônicas).
Quem quer fazer publicidade sem prestar conta de resultado que procure clientes que joguem dinheiro no lixo.
Além disso achei muito indelicado por parte da organização recomendar que as pessoas fizessem perguntas inteligentes (somos todos burros?). Se quiserem ter controle das perguntas que obriguem que as mesmas sejam feitas por escrito e filtradas pelo moderador, simples assim (e ainda mais simples em tempos de vida digital).
Ainda não decidi se vou ao Content Summit em Junho, depois vou olhar o programa, se tiver a mesma estrutura do Metrics eu até me animo, se for nesse formato do Media, eu passo.
*neologismo criado durante o evento que, de longe, gerou mais engajamento que seu concorrente “draivar”
** a imagem é de um tratado de métrica em poesia