Para o
Pérsio de Oliveira, com quem tive esse debate
Eu tenho um
péssimo histórico nas tarefas ditas "masculinas" do lar. Definitivamente nem
puxei geneticamente nem consegui aprender essas coisas com o meu pai que
consertava praticamente tudo.
Sempre fui
proibido de me aproximar da rede elétrica da casa no que fosse mais que uma troca de
lâmpadas, quando tentei ir além, tudo que consegui foi destruir alguns
interruptores de abajures.
Na parte
hidráulica e me limito a fechar o registro de água e chamar um encanador. Poucas
vezes consegui fixar um prego sem danificar o reboco da parede e as furadeiras
me parecem instrumentos que encarnam o maligno.
Numa
recente tentativa de pintura de parede fui muito "elogiado" por tê-la deixado
com a aparência de pintura texturizada.
O que não
significa que durante a minha vida algumas pessoas não tenham me presenteado com
lindos jogos de ferramentas. Alguns até bastante sofisticados mas totalmente
inúteis nas minhas mãos.
As únicas
ferramentas caseiras que eu manipulo com certa destreza são as da cozinha e as
que sempre me permitiram escrever (desde o bom e velho lápis, passando pelas
canetas e as máquinas de escrever até os teclados modernos).
Por isso é
que eu sempre olho com desconfiança quando alguém vem me pedir indicações de
ferramentas tecnológicas de marketing. Afinal, de que adianta a melhor
ferramenta nas mãos de alguém que não sabe utilizá-las?
E,
infelizmente, a minha experiência tem mostrado que quem mais busca ferramentas
milagrosas são aqueles que tem menos competência conceitual e prática para
utilizá-las, acreditando que a ferramenta vai compensar a
incompetência.
Claro que
existe um imenso mercado que vive disso e, exatamente por esse motivo, vende a
idéia de que o hardware ou o software serão capazes de fazer aquilo que os
neurônios não fizeram (quem sabe isso se torne verdade quando realmente tivermos
ferramentas com inteligência artificial).
Também já
tive a oportunidade de presenciar o contrário. Gente que era tão competente que
conseguia ser eficiente com as ferramentas mais rudimentares, não poucas vezes,
improvisadas e, aparentemente, inadequadas.
Por tudo
isso é que eu nunca indico nenhuma ferramenta para quem me pergunta a respeito,
mesmo conhecendo dezenas delas.
Se a pessoa
não souber usar, qualquer ferramenta será ruim, e a culpa da indicação da
ferramenta será minha (afinal, foi ela que falhou...)
Se souber,
qualquer ferramenta trará bons resultados e, muito honestamente, não será por
mérito do que eu indiquei.