sexta-feira, 25 de julho de 2008

Eu não me importo


Marketing é construir pontes. A empresa se aproxima do mercado, e permite que o mercado tenha acesso à empresa. Essas pontes são construídas de comunicação. Daí muita gente confundir o material da ponte com a ponte em si. Comunicação não é Marketing. E mesmo que a empresa se comunique bem, não necessariamente está fazendo Marketing.

Sem sombra de dúvida a comunicação do tipo interativa é a bola da vez. Nunca antes as empresas tiveram à sua disposição tantos meios interativos. Essa matéria prima permite a construção de melhores pontes com o mercado. Mas este é só um dos pontos da equação.

A frase título da postagem, eu ouvi de Tom Stoppard na Flip – a Festa Literária que aconteceu em Paraty no início de julho. Ele é um respeitado escritor de peças e roteirista. Comentando sobre o filme “O Fugitivo”, ele nos lembrou a cena em que o médico (Harrison Ford) está frente a frente com o delegado (Tommy Lee Jones). O médico que está fugindo da justiça por um crime que ele alega não ter cometido, argumenta com o policial que é inocente e que jamais teria feito algo contra sua esposa. O delegado responde: “I don’t care” (Eu não me importo).
Humildemente o palestrante elege essa uma das melhores falas do cinema moderno – e comenta em seguida: “Eu que queria ter escrito essa frase”.

Creio que essa é a fala do mundo de hoje. E eu e você que estamos ligados no marketing temos que ser sensíveis a essas reações do mercado. Eles (clientes) se importam ou não se importam?

Perceba que muitas pontes estão sendo construídas, só que o mercado está dando de ombros para esse esforço.

É a diferença entre eficácia e eficiente. O marketing é eficiente tem comunicação, criatividade e boa logística. Mas não basta para trazer o consumidor para perto da empresa (ou vice versa). Já o marketing que é eficaz dá conta do recado no sentido de que realmente toca no coração construindo o ambiente de aproximação e até mesmo de intimidade, com seus consumidores e clientes.

Por isso é chave se perguntar: “será que eles vão se importar?”.

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