“Dada é a vida sem pantufas...; necessidade severa sem disciplina nem moral e escarramos na humanidade” (Manifesto do Senhor Antipirina – Tristan Tzara)
"A magia de uma palavra -- dada --, que pôs os jornalistas às portas de um mundo imprevisto, não tem nenhuma importância para nós." Essas são as primeiras palavras do Manifesto dada de 1918, uma declaração de princípios de um movimento artístico que não os tinha, pondo em evidência o caráter anárquico e irracional dele mesmo. A proposta variava da anarquia ao niilismo, pregou o fim da cultura e inspirou movimentos mais conhecidos como o futurismo e, principalmente, o surrealismo.
Quem já teve contato com as obras artísticas do dadaísmo sabe que elas variam do absurdo ao incompreensível. Perto dos dadaístas, os surrealistas poderiam ser considerados bons mocinhos ingênuos.
Algumas vezes, quando nos defrontamos com situações absurdas costumamos dizer que as mesmas são surrealistas. No entanto, quando eu ouvi a história que vou contar, cheguei à conclusão que surrealistas somos nós. O acontecimento foi, no mínimo, dadaísta.
Eu tenho um amigo que tem uma pequena agência de comunicação. Ele é diretor de arte e cria folhetos, cartões, papelaria. Seus clientes, na sua maioria, são pequenas empresas, que demandam pequenas quantidades. Por isso mesmo, há cerca de oito anos ele era cliente de uma dessas gráficas expressas que se multiplicaram no mercado.
Há alguns dias ele encaminhou um job bastante simples para a gráfica, apenas a impressão de alguns cartões de visita de um dos seus clientes, durante 5 dias, foram 6 idas e vindas de provas e de prints, nenhuma delas certa. Depois disso a entrega do produto final ainda se arrastou por mais 2 dias com promessas de entrega nunca cumpridas, e pior, com erros na impressão dos cartões (manchas, cores erradas, falta de resolução, erros que nenhuma gráfica decente deixaria passar).
Claro que nesse meio tempo foram trocados diversos telefonemas e e-mails com os técnicos da gráfica, a gerente da gráfica. Até que uma última mensagem foi recebida por ele, e aqui o dadaísmo é tal que eu transcrevo literalmente : “ Reavaliamos nossas condições de atendimento e seu cadastro e concluímos que sua empresa não faz parte do nosso perfil de atendimento. Assim, sugerimos que avalie a indústria de artes gráficas e encontre um parceiro mais adequado às suas exigências. Portanto, aproveitamos para comunicar o cancelamento de seu cadastro na ZYX. “
Daqui eu extraio 3 lições sobre o marketing dadaísta de relacionamento :
Clientes que exigem qualidade de produto e de serviços não fazem parte do perfil de atendimento de uma empresa dadaísta. Se você quiser se relacionar com esse tipo de empresa procure se adequar a esse perfil niilista.
Se você insistir em se relacionar com essa empresa, em algum momento ela vai perceber que você quer um serviço correto. Como ela sabe que não pode oferecê-lo vai indicar concorrente que sejam mais capazes ou mais preocupados com os seus mercados.
Se mesmo assim você insistir em ser cliente, lembre-se de nunca reclamar pois, se fizer isso, você será indelicadamente expulso da carteira de clientes, sem nenhum aviso prévio.
E depois você ainda vai ser obrigado a ouvir em encontros de negócios ou ler nos cadernos de economia dos jornais , o diretor da empresa dizendo que a crise de crédito nos EUA tem provocado uma queda no faturamento da empresa.
Algumas vezes, quando nos defrontamos com situações absurdas costumamos dizer que as mesmas são surrealistas. No entanto, quando eu ouvi a história que vou contar, cheguei à conclusão que surrealistas somos nós. O acontecimento foi, no mínimo, dadaísta.
Eu tenho um amigo que tem uma pequena agência de comunicação. Ele é diretor de arte e cria folhetos, cartões, papelaria. Seus clientes, na sua maioria, são pequenas empresas, que demandam pequenas quantidades. Por isso mesmo, há cerca de oito anos ele era cliente de uma dessas gráficas expressas que se multiplicaram no mercado.
Há alguns dias ele encaminhou um job bastante simples para a gráfica, apenas a impressão de alguns cartões de visita de um dos seus clientes, durante 5 dias, foram 6 idas e vindas de provas e de prints, nenhuma delas certa. Depois disso a entrega do produto final ainda se arrastou por mais 2 dias com promessas de entrega nunca cumpridas, e pior, com erros na impressão dos cartões (manchas, cores erradas, falta de resolução, erros que nenhuma gráfica decente deixaria passar).
Claro que nesse meio tempo foram trocados diversos telefonemas e e-mails com os técnicos da gráfica, a gerente da gráfica. Até que uma última mensagem foi recebida por ele, e aqui o dadaísmo é tal que eu transcrevo literalmente : “ Reavaliamos nossas condições de atendimento e seu cadastro e concluímos que sua empresa não faz parte do nosso perfil de atendimento. Assim, sugerimos que avalie a indústria de artes gráficas e encontre um parceiro mais adequado às suas exigências. Portanto, aproveitamos para comunicar o cancelamento de seu cadastro na ZYX. “
Daqui eu extraio 3 lições sobre o marketing dadaísta de relacionamento :
Clientes que exigem qualidade de produto e de serviços não fazem parte do perfil de atendimento de uma empresa dadaísta. Se você quiser se relacionar com esse tipo de empresa procure se adequar a esse perfil niilista.
Se você insistir em se relacionar com essa empresa, em algum momento ela vai perceber que você quer um serviço correto. Como ela sabe que não pode oferecê-lo vai indicar concorrente que sejam mais capazes ou mais preocupados com os seus mercados.
Se mesmo assim você insistir em ser cliente, lembre-se de nunca reclamar pois, se fizer isso, você será indelicadamente expulso da carteira de clientes, sem nenhum aviso prévio.
E depois você ainda vai ser obrigado a ouvir em encontros de negócios ou ler nos cadernos de economia dos jornais , o diretor da empresa dizendo que a crise de crédito nos EUA tem provocado uma queda no faturamento da empresa.
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