A notícia saiu no Colloquy no auge do surto da doença. Em Bellevue, uma cidade do estado de Washington, uma família está processando o supermercado QFC (Quality Food Center) porque o mesmo não se dignou informar a família que um determinado tipo de carne que havia sido comprado tinha um risco de estar contaminado com o mal da vaca louca.
Segundo o advogado da família, a compra foi feita usando o cartão de fidelidade da rede e, portanto, os dados foram coletados e estavam disponíveis no database da QFC. Ele alega que, se um cliente perde as chaves do carro com o chaveiro do Advantage Card, as chaves são enviadas para a sua casa, mas para avisar que a carne que o sujeito comprou pode matá-lo o supermercado não teve o mesmo cuidado.
O ponto irônico dessa história é o fato de que no país onde os consumidores estão cada vez mais paranóicos a respeito da sua privacidade, reclamam que a sua privacidade não foi violada para protegê-los. Ou seja, o programa está literalmente numa situação de “perde-perde” , se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Os nossos clientes também andam preocupados com as questões de privacidade. Ainda não atingiram o mesmo estágio de paranóia coletiva (ainda que volta e meia pipoquem um casos de paranóias particulares), mas muitos têm se perguntado o que é que nós vamos fazer com toda aquela informação ou, até que ponto a segurança dos dados é suficiente para que eles não caiam em mãos mal intencionadas.
Cada vez mais, é fundamental jogar limpo com o mercado, nunca podemos esquecer de
a) deixar claro quais e porque os dados estão sendo coletados;
b) que o objetivo é beneficiar mutuamente fornecedor e cliente (não ache que os clientes são tão ingênuos para acreditar que só eles serão beneficiados);
c) recompensar o cliente pelo fornecimento dos dados – eles sabem que tem valor;
d) não importunar o cliente coletando informação que todo mundo sabe que nunca vai ter utilidade , e
e) destacar a política de privacidade e de segurança da informação – e não colocar em letras miúdas e escondidas.
É bastante improvável que você tenha a oportunidade de salvar vidas usando o seu banco de dados de marketing mas, certamente, vai salvar muito dinheiro, tempo de vida do cliente e o seu negócio.
Um comentário:
nao acho que é uma situacao perde perde. no caso, eles poderiam ter avisado todo mundo que a carne vendida teria este risco.
assim como fazem bancos que tem seus dados roubados (em alguns estados americanos isso é lei)
nao precisaria nem recorrer ao banco de dados, era só colocar um anuncio no jornal ou enviar uma mala para todos os associados.
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