Em tempos bicudos, de transformações e mudanças, há que espicaçar. Quem pode espicaçar? Todos e cada um que tem um mínimo de discernimento do presente e sabem que à semelhança do que aconteceu com o Titanic, não tem sentido continuar tocando na orquestra (Volney Faustini, parceiro inicial desse blog)
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Férias coletivas
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O assassinato do spam
Fim de ano é a época do deus-nos-acuda (ainda tem hífen?) em todas as empresas. As que cumpriram suas metas querem aproveitar para bater recordes. As que não atingiram suas metas querem tirar a barriga da miséria em um mês.
Fim de ano é a época de queima de orçamento. Tudo que foi contingenciado durante o ano precisa ser gastao em dezembro, senão é cortado no ano seguinte. Período em que se antecipa compra de serviços e produtos que só serão entregues no ano seguinte, mas que precisam ser faturados antes de 31 dezembro.
Agora, o que o final de ano virou mesmo é a temporada do spam desenfreado. As caixas postais passam a ficar entulhadas de todos os tipos de ofertas impossíveis e não imaginadas. Não poucas vezes mandadas durante vários dias sucessivos e algumas enviadas duas ou três vezes no mesmo dia.
Não bastassem os tradicionais PPS de boas festas (cada vez mais pesados), não bastassem os pedidos de dinheiro de todas entidades que querem aproveitar o espírito de soliedariedade natalino, ainda somos assolados por nuvens espessas de ofertas comerciais (sendo que 1 em cada 1000 é de algum lugar onde você deu opt-in).
Esse é o veneno que está acabando aos poucos com qualquer possibilidade de eficiência no e-mail marketing. As taxas de respostas diminuem e a única solução que os marketeiros têm encontrado é aumentar o volume de disparo.
O modelo de enfiar propaganda goela abaixo só faz com que mais pessoas optem por ferramentas cada vez mais restritivas de anti-spam. Sem contar a tentação cada vez maior dos nossos legisladores de restringir de vez a prática.
Uma pena, poderia ser um meio barato e eficiente se usado de forma adequada. Não o é, nem vai ser.
Enquanto isso o meu email remover trabalha bastante.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Nouveau riche
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia
(Chico Buarque)
Um dos pontos interessantes ao participar de diversas redes sociais é o fato de descobrirmos como as pessoas pensam. Especialmente para alguém como eu, que sempre gostei muito do método barthesiano de analisar os discursos reais embutidos nos discursos aparentes, é uma festa.
Uma das coisas que mais me tem chamado a atenção é a retórica preconceituosa de alguns marketeiros. Não são poucas as frases explícitas e implícitas que denotam o desprezo que eles tem por aqueles que consideram como seres inferiores, seja do ponto de vista econômico-social e, especialmente do ponto de vista tecnológico.
Pessoas que passaram toda a sua vida escrevendo briefings onde apontavam as classes A e B+ como seus públicos e criaram tal identificação com as mesmas que passaram a acreditar que são o público alvo de suas próprias ações. Hoje, quando os novos briefings apontam para os inovadores tecnológicos eles também acreditam que fazem parte desse público privilegiado.
Se sentem seres acima do bem e do mal porque receberam um convite do Google Wave, ou porque a empresa lhes fornece a versão mais moderna do Blackberry. Conheço um que ficou arrasado quando foi demitido, não por ter perdido o emprego, mas porque não teria mais seu smartphone.
Eu chamo essa categoria de pessoas de "novos-ricos" digitais. Como todo novo rico, costumam ser bregas, fascistas e alienados.
Adoram mostrar suas quinquilharias eletrônicas por onde passam (mesmo correndo o risco de serem roubados no meio da rua, o que acontece com frequência), acham que os que não tem a mesma quantidade de terabytes nas suas contas correntes cibernéticas são apenas pedintes que deveriam ser varridos do espaço virtual (se dependesse deles, todas as lan-houses seriam fechadas), e não tem a menor noção do que está acontecendo no mundo. Mundo que, de fato, eles nem acreditam que exista.
Eu conheço alguns inovadores de verdade. Poucos , mas a raridade faz parte das suas essências. Ao contrário dos novos-ricos digitais, os inovadores não ficam alardeando suas descobertas, se alegram com o acesso de cada vez mais gente no mundo digital e acompanham de perto os movimentos sociológicos da rede e, principalmente, sabem circular com desenvoltura em todas as classes sociais e internéticas.
Eles são as minhas referências conceituais e práticas, uma vez que eu não me incluo entre eles, nem acho que eu seja o que eu não sou (como os novos-ricos). Pessoas cujos blogs valem o acompanhamento diário, cujas twittadas eu abro os links e a quem recorro quando não estou entendendo nada a respeito de algo que li.
E todos os dias eu agradeço ao Twitter, ao Facebook, ao Linkedin, ao Plaxo e ao Orkut por permitirem que eu possa identificar o joio e lançá-lo no fogo.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Quem leva quem?
O que nos motiva a ter uma presença cada vez maior na web? Por que dessa mania de querer se expressar, colocar sentimentos e opiniões, e até mesmo se expor em público?
Nestes últimos anos temos visto, acompanhado e participado de uma centena de novidades da chamada vida digital. Uma ou outra se mostra perene – ganha adesão, massa crítica de usuários e alcance global. Outras se mostram passageiras e superficiais.