quinta-feira, 18 de julho de 2019

O papai aqui sempre tem o que aprender




Eu cresci assistindo Papai Sabe Tudo (Father knows best, no original), série de TV que passava na TV Tupi na década de 60 (sim, do milênio passado!). Robert Young interpretava o pacato cidadão, pai de família, que tinha resposta para tudo (ou quase tudo, eventualmente pedia ajuda para a mamãe sabe um pouco também).

Porém, como escrevia o apóstolo Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; desde que me tornei homem, deixei de lado as coisas próprias de menino.” (1 Coríntios 13:11)

Hoje eu tenho medo de quem sabe tudo.

Gente que se acredita como detentora de todas as verdades do mundo, ou pelo menos dono de todas as verdades da sua área de atuação.

Gente que se acredita melhor que os demais seres humanos, até porque, são eles mesmos a encarnação do Übermensch de Nietzsche.

Já ouvi frases como “eu inventei a internet e não preciso que alguém me explique o que fazer”, ou “eu tenho a certificação suprema da Washoe University e isso me basta”. (o nome da universidade é fictício, mas o lugar existe).

Como estou muito aquém desse saber transcendente, tenho de aprender todos os dias e, mesmo sendo professor há anos, preciso cotidianamente estudar.

Não tenho vergonha de ler livros antigos que não li na época que fizeram sucesso.

Não tenho vergonha de assistir webinars e cursos online dados por moleques e molecas que tem metade da minha idade.

E, principalmente, não tenho vergonha de aprender com as pessoas que convivo no dia-a-dia, seja com a minha filha de 18 anos, seja com meu sócio, definitivamente um sábio.

Em suma, sou um ignorante sem vergonha que acredita que o mundo seria bem melhor se cada um reconhecesse suas limitações e colocasse em prática o aprender ensinando e o ensinar aprendendo.