Eu cresci assistindo Papai
Sabe Tudo (Father knows best, no original), série de TV que passava na TV Tupi
na década de 60 (sim, do milênio passado!). Robert Young interpretava o pacato
cidadão, pai de família, que tinha resposta para tudo (ou quase tudo,
eventualmente pedia ajuda para a mamãe sabe um pouco também).
Porém, como escrevia o
apóstolo Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; desde que me tornei homem, deixei de lado as coisas próprias de menino.” (1 Coríntios 13:11)
Hoje eu tenho medo de quem
sabe tudo.
Gente que se acredita como
detentora de todas as verdades do mundo, ou pelo menos dono de todas as
verdades da sua área de atuação.
Gente que se acredita
melhor que os demais seres humanos, até porque, são eles mesmos a encarnação do Übermensch de Nietzsche.
Já ouvi frases como “eu
inventei a internet e não preciso que alguém me explique o que fazer”, ou “eu
tenho a certificação suprema da Washoe University e isso me basta”. (o nome da
universidade é fictício, mas o lugar existe).
Como estou muito aquém
desse saber transcendente, tenho de aprender todos os dias e, mesmo sendo
professor há anos, preciso cotidianamente estudar.
Não tenho vergonha de ler
livros antigos que não li na época que fizeram sucesso.
Não tenho vergonha de
assistir webinars e cursos online dados por moleques e molecas que tem metade da
minha idade.
E, principalmente, não
tenho vergonha de aprender com as pessoas que convivo no dia-a-dia, seja com a
minha filha de 18 anos, seja com meu sócio, definitivamente um sábio.
Em suma, sou um ignorante
sem vergonha que acredita que o mundo seria bem melhor se cada um reconhecesse
suas limitações e colocasse em prática o aprender ensinando e o ensinar
aprendendo.