quinta-feira, 8 de maio de 2008

Matemática não, por favor!


Pelo que sei, Marketing é uma carreira na área de Humanas. E certamente a Matemática não é a preferida das disciplinas. Essa constatação que vem de longe, ao que tudo indica hoje, deve ser um dos desafios chaves para o futuro.

A discussão aqui no Espicaçando ganha um reforço interessante. A recente iniciativa Agenda do Futuro, um estudo idealizado pelo Grupo TV1 com pesquisa realizada pela Troiano Consultoria de Marca, e divulgado na edição 1304 do M&M traz contribuições muito interessantes. E uma boa constatação: As empresas falam muito de marketing avançado, porém praticam-no pouco.


Nesse estudo foram trabalhadas cinco áreas denominadas de novas dimensões-chave da comunicação. São elas (mais que resumidas):
. Integração - Alinhamento estratégico de processos e programas com superposição de departamentos e funções
. Interatividade - Comunicação bidirecional e marketing pull (de acesso)
. Tecnologia - Crescimento das mídias e plataformas digitais e uso de sistema de informação
. Mensuração - Evolução dos modelos e ferramentas para avaliação e análise de retorno e previsibilidade
. Branding - Valorização das marcas como ativos estratégicos visando gerar diferenciação

A constatação acima, é ilustrada num pequeno gráfico comparativo entre a Crença e a sua Prática Atual para cada dimensão-chave. As discrepâncias são relevantes. Considero até que seja normal a idéia ser mais forte que a prática. Por exemplo, o profissional de marketing achar que Integração e Branding sejam importantes (ganharam notas 4,7 e 4,8 em Crença, respectivamente), porém com a empresa ainda no processo de colocar o bloco na rua (ambas com 3,4 em Prática Atual).


O que, no entanto, demonstra nosso significativo atraso - e aí não sei a quem culpar, é que o estudo revela que ao se dividir em 4 patamares a posição da empresa frente ao futuro-transformação da área de marketing, somente 10% está com o pé no futuro. Os patamares seguintes são 10%, 33,3%, e 46,7%. Ou seja o Marketing no Brasil tem muito chão pela frente (90%).


Outro fato interessante é que a dimensão de menor índice em Crença foi a Mensuração com 2,9 de nota. Parece que a turma de marketing não gosta mesmo de matemática. E, complementando, o mais curioso nisso tudo, é que exatamente nessa dimensão-chave a prática supera a crença em 0,1 ponto. Provavelmente trata-se de uma pressão das áreas financeiras e estratégicas que estão de olho na grana com muita objetividade.

O desafio portanto continua: colocar o pé no futuro e acelerar as mudanças. Ou se preferir: colocar o pé no acelerador e mudar para o futuro!

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