Uma notícia publicada no G1 da Globo diz que a USP (Universidade de São Paulo) está entre as melhores universidades do mundo.
Ao ler a matéria com mais atenção, descobre-se que " A metodologia do ranking considera as análises quantitativas de conteúdos disponibilizados na internet...", ou seja, apenas indica que a universidade produz muito. Sem entrar no mérito sobre a qualidade ou não da USP (até porque a matéria não passa sequer perto disso), mais uma vez vemos uma confusão entre quantidade e qualidade.
Ao ler a matéria com mais atenção, descobre-se que " A metodologia do ranking considera as análises quantitativas de conteúdos disponibilizados na internet...", ou seja, apenas indica que a universidade produz muito. Sem entrar no mérito sobre a qualidade ou não da USP (até porque a matéria não passa sequer perto disso), mais uma vez vemos uma confusão entre quantidade e qualidade.
"Melhor" é o comparativo de superioridade de bom. Ou seja, algo que é superior em qualidade. Se fossem se ater às questões quantitativas, deveriam se referir à produção da universidade como uma das maiores do mundo. O pior de tudo, na minha opinião, é que a reitora da USP declara que "esse posicionamento...revela o sucesso da meta institucional", ou seja, admite que o negócio é produzir mais, não obrigatoriamente melhor.
O mundo do marketing não tem sido nada diferente disso. Procura-se cada vez mais e a qualquer custo, como se isso fosse indicador de qualidade.
Não sei se por incompetência dos marketeiros que nunca gostaram de matemática, quantidade é mais fácil de medir do que qualidade; ou se por má fé, volume sempre foi uma boa maneira de disfarçar baixa rentabilidade (incompetência escondida), somos bombardeados por uma artilharia pesada de números que tenta impressionar os desavisados.
A financeira X alcançou a marca de milhões de cartões de créditos (quantos estão ativos ? o spending dá lucro ?), a operadora de telefonia é a maior do Brasil com zilhões de linhas habilitadas (quantas são de pré-pagos que só gastam 10 merréis por mês ? quantos são heavy users ?)
No mundo virtual as métricas são, como diria minha amiga Marta Gil, "expressionantes": o site Y alcançou quintilhões de acessos (isso significa exatamente o que nos dividendos dos acionistas?). Isso sem contar as métricas com nomes sofisticados, ótimas para enganar trouxas : " a nossa campanha teve um deliverability de XX, com um click through de YY o que demonstra que o content volatility superou o número de page views com baixa taxa de rejeição..." E aí, basta fazer uns gráficos bonitos que até o presidente da empresa acha lindo e manda a assessoria de imprensa divulgar para a mídia.
Poucos têm sido aqueles que questionam esse caos matemático (não confundir com matemática do caos que é outra coisa). Outro dia o Cavallini escreveu um texto ótimo sobre Blogueiros (mais um espaço em que tem gente que acredita que quantidade é o que importa) e não faltaram incomodados (leia os comentários).
Enquanto as pessoas confudirem tamanho com relevância, continuaremos a ser inundados por números que não dizem nada. E os tolos continuarão boquiabertos diante deles.
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